Teima | independencia(s) – Capítulo 4
O municipalismo na Galiza. Via para a construção nacional
Silvia Pardo Galdo
Em tempos onde a identidade própria e colectiva na Galiza estão o a ser questionadas, cumpre mais que nunca acreditar na unidade popular.
As administrações locais são as ferramentas de gestão pública mais próximas às cidadãs. E desde a esquerda independentista temos que ser quem de construir pontes entre a dialéctica dos concelhos e o poder popular.
Os concelhos democráticos na Galiza após a ditadura franquista datam de 1979. E ainda hoje persistem na gestão municipal práticas clientelares, caciquís, e poucas mudanças de cor política sobre todo nos concelhos rurais.
O municipalismo galego deve ser, para nós, um espaço de ruptura. Um espaço plural, dinâmico e que participe das questões nacionais.
Ora bem, sabemos que a pesar de ser as instituições mais próximas à cidadania, os concelhos apresentam dependências e limites jurídicos e políticos impostos polo marco do Estado. O que complica a acção transformadora desde os mesmos.
Porém a representação da esquerda independentista na gestão municipal deve priorizar o trabalho em reforçar a auto-organização popular. Em superar os trâmites da gestão institucional, necessários mas esterilizantes da gestão revolucionária em muitas ocasiões, e levar a acção a quem tem que decidir: as vizinhas, vizinhos, bairros, associações, colectivos…
É fundamental falar. Tezer dinâmicas nos âmbitos populares de toma de decisões. E elevar essas decisões populares aos plenos municipais coa finalidade de retornar o debate político sobre questões locais e por suposto nacionais.
A gestão política da esquerda independentista não pode ser a de simples tramitadora de moções. Devemos gerar mobilização, reagir, e ocupar espaços de poder. Fomentar as alianças entre concelhos e socializar o projecto de construção nacional.
“A esquerda independentista na gestão municipal deve priorizar o trabalho em reforçar a auto-organização popular. Em superar os trâmites da gestão institucional, necessários mas esterilizantes da gestão revolucionária em muitas ocasiões”
Mas estas questões são inviáveis se as nossas representantes nas instituições não tenham a seu dispor as ferramentas necessárias para levar adiante este trabalho. É aí onde a tarefa de documentação e de elaboração de programas sobre a “construção nacional desde as instituições” é fundamental.
Tanto o debate político como a formação devem ser questões prioritárias da esquerda independentista. É um trabalho que temos pendente e deve ser encetado com urgência por todas nós. Desde as assembleias locais, comarcais e desde as organizações nacionais.
As nossas representantes nas instituições hão de ser mulheres e homens comprometidas com o poder transformador das classes populares e devem-se converter na referência política em cada concelho dos movimentos sociais, do movimento feminista, ecologista, e do anti-capitalismo.
E por suposto devem estar em contínuo contacto coas representantes da esquerda independentista noutras instituições coma o Parlamento Galego e o Congresso das Deputadas, por que as reivindicações nacionais hão de estar presentes na agenda política municipal.
Se por exemplo falamos no Parlamento ou no Congresso de pobreza energética, sendo uma nação produtora de Energia, temos que propor nos concelhos medidas com enfoque local que contribuam a rachar a fenda da pobreza energética que sofrem as nossas vizinhas, tentar melhorar as suas vidas significa mudar também a realidade das galegas.
Igualmente coa Sanidade, a Educação, os Serviços Públicos, a Igualdade entre homens e mulheres e a Violência Machista.
O municipalismo há de ser uma ferramenta de socialização do projecto nacional. Uma ferramenta de proximidade à cidadania. Para que os concelhos sejam as peças do puzzle dum projecto de país e não simples âmbitos geográficos. Para rachar com o municipalismo regionalista e desde os municípios impulsar a criação de estruturas políticas a serviço realmente do povo.
A soberania produtiva, alimentaria, cultural, a soberania sobre os nossos corpos…, são colunas sobre as que fundamentar o trabalho político municipal.
Tanto nos concelhos onde governamos coma nos concelhos onde somos oposição temos a obriga de desobedecer e questionar aquelas políticas que nos submetam e nos limitam como pessoas e como povo.
Socializar, fazer pedagogia de todas estas questões coas vizinhas, coa cidadania, é prioridade para que o discurso bi-partidista do PP-PSOE, ou doutras forças estatais, não fagocite o nosso.
Desde a experiência própria coma concelheira, entendo a instituição municipal coma uma ferramenta de transformação.
Situar as pessoas no centro de toda acção política e social é urgente.
Priorizemos as políticas transversais, feministas. Priorizemos a economia social e solidária.
Acreditemos noutro modelo de financiamento.
Tezamos redes dentro das nossas próprias organizações para trabalhar em comum.
Os marcos nos podem atar em muitas ocasiões, mas se a linha política e os princípios são claros será mais doado ser alto-falante da maioria.
E achegar a necessidade de emancipação do Estado ao conjunto da cidadania será também um horizonte menos longe.
Refazendo umas linhas de D.X Cabana: “Levemos a semente da pátria nos nossos passos”.
A autora
Silvia Pardo Galdo
A Corunha 1977. Militante do Bng e concelheira do Bng no Concelho das Pontes a partir do ano 2015. Participa no Colectivo Feminista das Pontes e é poeta.
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