O 17, día de Carvalho Calero

Tacto para fortalecer o contacto

Bernardo Penabade

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Na parte final de 2003 produziu-se um curioso “contacto” entre a Real Academia Galega e a Associaçom Galega da Língua. Um pouco antes, no mês de julho do mesmo ano, fora aprovada o que se dera em chamar a “nova normativa” ou mesmo “normativa de concórdia” e o Portal Galego da Língua, dependente da AGAL, disponibilizou para a sua audiência o arquivo que continha aquelas famosas mudanças (de permitir Galiza ou de dar preferência a “ao” e à primeira forma do artigo). A tal medida divulgadora do PGL nom sentou nada bem dentro da RAG, que a entendeu como usurpaçom intelectual e que resolveu enviar à entidade irmá um duro requerimento escrito em que chegava a falar de acudir a serviços jurídicos. Quem assinava a carta era Xosé Ramón Barreiro Fernández e quem a recebia era Isaac Alonso Estraviz.

Imaginemos que o desencontro acabasse por tomar o caminho do julgado e que o historiador e o lexicógrafo se tivessem que ver “arbitrados” por alguém que sentiria indiferença perante o conflito normativo, porque o seu idioma profissional seria outro. Seria tempo perdido e dinheiro perdido e conflito avivado. Seria a continuidade dumha sementeira de ódio que se vinha repetindo e que tanto dano levava feito.

Felizmente, o conflito resolveu-se em menos de cinco minutos. Foi suficiente umha breve chamada telefónica e o “contacto” permaneceu onde tinha que permanecer: no ámbito privado.

Carvalho Calero con Aurora Marco e Bernardo Penabade (en primeiro plano), no 1985, nos primeiros anos da AGAL. Imagem do arquivo de Aurora Marco. [A imagem da capa corresponde a umha fotomontagem no facebook @RicardoCarvalhoCalero]

Quinze anos mais tarde, com esse mesmo espírito de concórdia e com igual amor pola nossa terra, temos que propiciar um novo “contacto”, desta vez para resolver esse assunto pendente chamado “Dia das Letras para Ricardo Carvalho Calero”. Bem sei que nom é fácil e que nom se soluciona com umha simples chamada telefónica, mas estou convencido de que é umha prioridade para o sistema cultural galego e como tal prioridade hai que a atender sentando a conversar. A meta: consensuar as linhas gerais a concretizar mais tarde nos diferentes programas de actividades. Dez anos atrás esta proposta nom seria mais do que pura retórica tacticista, porém neste momento é perfeitamente possível. O sentido da responsabilidade é infinitamente superior ao de anos atrás.

“Dez anos atrás esta proposta nom seria mais do que pura retórica tacticista, porém neste momento é perfeitamente possível”

Se a biblioteca de Ricardo Carvalho Calero está na sede do Parlamento Galego e umha grande parte da sua obra está nos catálogos de Galaxia, de Sotelo Blanco, da Através, da Universidade de Santiago e ainda doutras entidades, o seu pensamento está igualmente estendido pola sociedade galega. D. Ricardo é figura de referência nos centros sociais do ámbito urbano que seguem o modelo de Artábria e a Gentalha do Pichel, nas escolas Semente que se vam assentando em boa parte do território e nos meios de comunicaçom de ámbito comarcal, nacional ou internacional que contribuem a vertebrar-nos internamente e a mostrar o melhor de nós para o exterior.

À vista deste contexto, neste 17 de dezembro elevo a minha humilde voz para reclamar esse diálogo necessário entre A e B, porque A e B somos todas e todos nós, identificados com umha vestimenta ou com outra, mas com absoluta consciência de que fazemos parte dum corpo comum.

Burela, 17 de dezembro.

Bernardo Penabade

Bernardo Penabade

Granhas do Sor, 1964. professor de Língua e Literatura em Burela. Desde 2004 participa na equipa promotora da intervenção educativa Modelo Burela, dentro da qual nasceram os programas radiofónicos Projeto Neo (2012) e Grandes Vozes do Nosso Mundo.

reintegracionismo, Carvalho Calero
Ricardo Carvalho Calero

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