Trabalhando em emancipar a Rede

Dossier | Rede e control (2)

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no google
Google+
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram
Compartilhar no email
Email
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no google
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no email

Coletivo Amanhecer (André Gomes Santos) | Galiza, xuño 2020.  Desde que o nosso país se viu confrontado com a necessidade de organizar o activismo e a denúncia social também na rede, na viragem entre dous séculos, colectivos e pessoas diversas pugérom-se maos à obra para dotar à militáncia de espaços, ferramentas técnicas e noçons teóricas com que adentrar-se no cíber-espaço que, aos poucos, ganhava peso nas nossas vidas. Mas se bem é certo que a socializaçom no uso de webs, correios electrónicos e, posteriormente, redes sociais, foi vertiginosa, nom aconteceu o mesmo com a capacidade de emancipar a comunicaçom das grandes corporaçons. Nesse caminhar costoso topárom-se distintas iniciativas.

Um destes activistas digitais temperaos foi David Bruzos, um ourensano que fijo parte do projecto Saramaganta. Com este nome funcionava um servidor que, de 2006 a 2019, forneceu serviços digitais a inúmeros colectivos. Dispunha de ferramentas que estavam ao dispor dos movimentos populares, de listas de correio a um servidor de serviços; todo isso desenhou-se de maneira auto-gerida, e dalgum modo herdava a tradiçom dum hacklab já clássico, o que pugera em andamento a Casa Encantada de Compostela.

David conta-nos que Saramaganta “chegou a ter 100 roldas de correio, e algumha delas acadou as 1000 pessoas suscritas; cada vez que se enviava um correio a umha lista dessas, resultava tecnicamente difícil manter esse serviço sem que fosse marcado como spam polas grandes corporaçons. Estas nunca estivérom interessadas em que houvesse servidores independentes.”

Na actualidade, o servidor mantém-se, mas devido à falta de apoios o funcionamento autogerido retrocedeu parcialmente: houvo que recorrer a umha empresa de baixo custo que mantém “serviços mínimos, e já nom se publicita como serviço seguro de comunicaçons cifradas.”

No sul do país, no Val Minhor, continua umha iniciativa semelhante. Contactamos com A Casa Colorida de Nigrám e Sílvia, umha das coordinadoras, afirma que “som muitas as frentes de trabalho activas, porque abordam o conceito de Cultura Livre, nascido parelho ao de Software Livre.” A ideia que as move é “levar a todos os ámbitos do desenvolvimento humano” essa filosofia: criança, produçom e gestom cultural, alimentaçom, produçom agrária (guiada pola permacultura).

Nestas coordenadas gerais, o mundo das comunicaçons online tem o seu lugar de privilégio. Na Casa desenvolveu-se um HackLab durante três anos, gerido por umha pessoa especializada neste campo, mas “acompanhado por todas as pessoas que faziam parte do projecto coletivo.” Todo o conhecimento gerado no espaço de Nigrám era registado em aplicativos digitais de software livre; alguns já existentes, outros desenvolvidos na casa. Criou-se assim umha plataforma de universidade livre na rede, alimentada por colaboraçons colectivas que nutria o festival Galiza Imaginária. No sul do país, muita gente ainda lembra este encontro como um dos foros mais importantes dos movimentos sociais a ambas beiras do Minho.

A Casa Colorida desenvolveu também umha rede social livre, cujo núcleo originário se inspirou em Lorea, um grupo de desenvolvedores informáticos ligados à Cooperativa Integral Catalá. A semente de Lorea tomou-se emprestada, e adaptou-se ao contexto galego e às necessidades dos colectivos do país. Eram vários os projectos inovadores de importáncia, mas “a falta de capacidade para alojar todo isto num servidor seguro levou a umha aliança com Saramaganta.” Ambas as estruturas apostárom por “partilhar desenvolvimento tecnológico juntas”. Como tantas vezes acontece no trabalho do mundo associativo, a multiplicaçom de ideias e iniciativas nom se deu acomodado aos recursos humanos existentes. Depois de quatro anos, devido à falta de forças, e com o trabalho “ingente” concentrado nas mesmas pessoas, a Casa Colorida decidiu readequar o projecto: na actualidade, o espaço gere um HackLab mais pequeno, “abandonando tecnologias grandes com um grande custo.” O objectivo, porém, nom muda: potenciar software livre, soberania digital, e transmisom de conhecimento livre.

Autogestom tecnológica, além das fronteiras

Obviamente, experiências como as galegas nascem do diálogo internacional. Além das fronteiras estritas do país, e actuando no ámbito da Península Ibérica, associaçons como Críptica tenhem umha dilatada trajectória; “a privacidade é umha questom quer técnica, quer política”, afirmam, e a sua ideia força e fazer confluir ambos os domínios, tantas vezes arredados sem justificaçom nenhuma. Os seus objetivos som promover hábitos e ferramentas que protejam a confidencialidade e o anonimato, a través de ferramentas como talheres, manuais e artigos.

Avogam pelo uso da open source, a criptografia, o cifrado e os sistemas descentralizados e citam várias ferramentas para levar a cabo isto. Para garantir o anonimato na rede, socializam recursos já conhecidos no activismo digital, tais como Tor, VeraCrypt, KeePassXPlugins ou PrivatyBadget; algumhas das aplicaçons que defendem vam dirigidos à telefonia móvel, caso de TextSecure, RedPhone ou ChatSecure.

A Catalunha, dumha maneira especial, leva lustros a funcionar como um laboratório especialmente produtivo para a soberania digital. É especialmente conhecida a iniciativa guifi.net, que no seu web, disponhível em versom galega, se define como “umha rede de telecomunicaçons, e umha rede aberta, livre e neutral, que promove a interconexom entre iguais.” Guifi pertence a todos os seus e suas participantes, pois organiza-se “horizontalmente em lógica cooperativa.” A sua condiçom tam abrangente reúne pessoas, colectivos, empresas, administraçons e mesmo universidades. Em 2008 constituiu-se como “fundaçom privada a prol da rede aberta, livre e neutral”, sem alterar o seu formato fundacional.

A poucos kilómetros no mundo físico, mas separado pola fronteira dos Estados, fervem projectos irmaos: no Estado francês actua Montpel’libre um Grupo de Usuários GNU / Linux e Software Livre que promove , a cultura livre e os bens comuns. Na sua definiçom incluem-se termos como “economia social e solidária, pesquisa e treino, educaçom popular”.

E ainda que sediado na França, o projecto NOTHING2HIDE trabalha com a lógica de ultrapassar as fronteiras, operando em oito Estados (França, Suécia, Indonésia, Burkina Faso, Tanzânia, Turquia, Gana) para missons de “suporte à mídia, capacitaçom e treinamento em segurança digital”.

Desde que o pleno exercício dos direitos de cidadania, no mundo digital que habitamos, nom é possível sem umha mínima alfabetizaçom digital, colectivos como os antes citados resultam básicos para empoderar a militáncia popular. As mais avançadas tecnicamente destas organizaçons nom duvidam em trabalhar para virar transparentes as opacas decisons de governos e corporaçons: eis os objectivos que marca como próprios o Chaos Computer Club (CCC) é uma associaçom de hackers da Alemanha. Segundo recolhe a sua pagina web os seus objetivos mais importantes som “liberdade de acesso à informaçom, liberdade de expressom e a exigência demais transparência nos governos. A sociedade está aberta a todos que se identificam com estes objetivos.”

Ainda que o mundo dos hackers daria para umha reportagem de seu, pola sua especificidade, os limites entre acesso à informaçom sem entraves, defesa da privacidade e acesso a fontes blindadas polo poder, esvaem-se cada vez mais. É mui possível que num futuro cercano toda militante ou activista de rua vire, pola força das circunstáncias, também em cíber-activista.

Colectivo Amanhecer / Dossiers

Uma plataforma Galiza livre e adiante.gal aberta a meios de comunicação e jornalistas que difunde conteúdos em parceria, neste dossier, com Novas da Galiza.

Rede e control

Umha crise, muitas crises

illas

1 comentário em “Trabalhando em emancipar a Rede”

  1. Da moita desesperanza ler esto sabendo que a maioría de colectivos empregan de forma exclusiva e cotiá redes como Facebook en moitos casos sen ter un miserable email de contacto. Estou a falar de centros sociais e colectivos de toda temática.

Deixe um comentário

1 comentário em “Trabalhando em emancipar a Rede”

  1. Da moita desesperanza ler esto sabendo que a maioría de colectivos empregan de forma exclusiva e cotiá redes como Facebook en moitos casos sen ter un miserable email de contacto. Estou a falar de centros sociais e colectivos de toda temática.

Deixe um comentário