De novo o celtismo: enxergar Galiza como centro
Se medirmos a sua aceitaçom popular da construçom da identidade celta nos últimos dous séculos, o êxito foi incontestável. Se levarmos em conta a sua profundidade, a discussom é inacabável.
Antom Santos | Lugo, 28 de setembro. Como em outros tantos ámbitos, a singularidade galega também se plasma nos debates intelectuais: sobardando a academia, certas desavinças fam-se domínio popular e generam um grau de intensidade pouco habitual noutras latitudes. Numha dialéctica irresolta entre rigor e paixom, a longa controvérsia sobre os celtas vai mui além dum debate bizantino. Desde Murguia, o galeguismo foi consciente que o celtismo era a chave privilegiada para enxergarmos a Galiza como centro.
Para o historiador grego Heródoto, os celtas eram “a mais ocidental de todas as naçons que habitam a Europa”. A palavra keltoi aparece referenciada pola vez primeira num escrito do seu compatriota Hecateu quinhentos anos antes de Cristo para nomear aqueles povos que, segundo a tradiçom académica ortodoxa, ocuparam o oeste do continente, procedentes do oriente do Danúbio, em vagas acontecidas havia dous milénios. Mas esta acoutaçom teminológica é dos escassos elementos clarificadores que nos deixam os cronistas. Para os romanos, há quatro denominaçons para este povo: hibérnios e britanos se se referiam aos habitantes das Ilhas; gauleses no caso dos celtas continentais; e keltoi, finalmente, ao darem conta do próprio nome que aqueles povos indígenas, de natureza guerreira e saberes esotéricos, se davam a si mesmos.
Umha bruma insistente embaça todo o que tem a ver com celtas e celtismo. Assim no-lo diz o escritor Xabier Cordal, com o que tencionamos resolver umha parte do enigma. Afirma que ele é apenas um “amador, um modesto leitor”, mas confessa que o celtismo condicionou a sua vida desde os anos de adolescência, e deixou funda pegada na sua criaçom. “É que o primeiro problema que temos com o celtismo é a palavra: utilizá-la pode levar-nos a falar até de seis aspectos diferentes: o linguístico, o antropológico, o histórico, o mitológico, o literário e o político”.
E se existem diferenças disciplinares, também existem diferentes usos dos conhecimentos que fornecem: “há um celtismo em Hungria, por exemplo, e outro na França, e outro na Escócia; e todos eles tenhem um significado diferente”. Fica claro, continua Cordal, que o celtismo de nosso se inscreve numha espécie de tradiçom cultural defensiva, anti-imperialista, que começa por redescobir-se a si mesmo. “O que nom é doado, porque os próprios relatos dos celtas devemos-lhos a um império como o romano; um império que se preocupou muito com rematar com o seu cerne de crenças e valores, aniquilando fisicamente a elite sacerdotal que constituiam os druídas”.
Em semelhante posiçom se situa Manuel Gago, professor e divulgador do património que está acadando um sucesso sem precedentes na promoçom da Galiza arcaica valendo-se das novas tecnologias e da participaçom popular na descoberta de jazigos. “Eu acho que a identidade celta é um conjunto de símbolos e conceitos que evolucionam, revivem e se reinventam ao longo dos séculos, da pré-história até hoje”. Gago prefire considerar o celtismo como “um movimento cultural” que transcende a arqueologia. “Há que fugir das velhas perguntas e respostas binárias do passado, do tipo ‘somos celtas? Si ou nom?”, diz-nos Gago. Para entendermos o termo celta devêssemos ultrapassar as concepçons etnicistas próprias das décadas de 20 e 30 e concebê-lo como um espaço, umha koiné: “algo semelhante a como hoje entendemos o termo latino“, concretiza. Ao nom termos fontes escritas, e dispormos só de restos materiais, o único que podemos é reconstruir as velhas rotas “como se tivéssemos faragulhas de pam”. Nessas coordenadas é onde aparece a Galiza da Idade do Bronze como um centro do Atlántico.
O sentido do ‘castrejo’
É por isso que, valendo-nos dos avanços científicos das últimas décadas, o professor pensa que se pode rebater com fundamento a categorizaçom reducionista do castrejo: “está a minguar essa sensaçom de a Gallaecia da Idade do Ferro ser umha espécie de ‘ilha cultural’; como tem ironizado Rosa Branhas, umha sociedade procedente do espaço exterior.” Apenas podemos entendê-la como mais um núcleo dum mundo cultural mais vasto, o chamado celto-atlántico.
A ideia dumha civilizaçom castreja sem conexom específica -nem linguística nem religiosa- com os nossos vizinhos do norte foi hegemonónica nas décadas de 80 e 90, e plenamente funcional à ideologia autonómica da promoçom turística, camuflada de apolítica e à espreita contra os ‘excessos románticos’ da nossa causa nacional. Na construçom desta tese -como sempre acontece no ámbito académico, longe do mito cientifista- confluírom influências intelectuais, pressons políticas, e também fílias e fóbias pessoais. “Elaborou-se um discurso muito bem armado e trabado para dar a entender que fôrom os galeguistas os inventores do celtismo”, diz-nos Manuel Gago; “mas na realidade a ideia das origens celtas da Galiza vinha de vários séculos atrás”.
A tese confirma-a Xabier Cordal: “claro, durante o medievo e até bem entrada a modernidade, para justificar a nobreza dos territórios, há duas tradiçons a exaltar: a bíblica, a do Antigo Testamento, e a greco-latina; todos os países recorrem a elas para explicar façanhas e fundaçons, nom só entre nós. Mas na Galiza, e na Irlanda ainda mais especialmente, som quadros de legitimaçom que se sobreponhem a um imaginário celta. Isto entendemo-lo muito bem se debruçamos no caso de Sam Patrício: um homem que, para ganhar a confiança popular e entregar a Irlanda à fe católica, tem que demonstrar às gentes que ele na realidade foi um druída, e que a sua mágia cristá é superior à céltica”. Essa mestura, ou diálogo entre a tradiçom oriental e a atlántica, está presente na história de todas as fisterras.
O arqueólogo Antonio Rodríguez Colmenero vinca na linha que sanciona os excessos politizadores e vindica o valor do termo castrejo: “arqueólogos clássicos como Cuevillas fôrom avançados nos seus tempos, mas hoje estám de todo superados”, diz-nos este professor reformado da Universidade de Santiago. “O que devemos é falar de cultura castreja, polos restos materiais que nos deixou, e nomeadamente polo tipo habitacional e a arquitectura que os caracteriza”. A pergunta obrigada: eram celtas?. “É possível ter havido celtas -responde Colmenero- mas nom mais celtas em particular que em qualquer espaço do norte peninsular”.
Porém, a história e o avanço do saber dam curiosas reviravoltas. “No caso do celtismo, as surpresas som frequentes. Lembro o abraio que me assaltara ao ler n’A Trabe de Ouro o artigo dedicado à Teoria da Continuidade Paleolítica: um grupo de científicos italianos a ratificarem as intuiçons dos nossos clássicos e a afirmarem, a partir da linguística, que a Galiza nom só era celta, senom que era o berço de todo o celtismo europeu. Aquela imagem romántica, que parecia pura recriaçom literária, a dos celtas a erguerem os nossos monumentos megalíticos, reparecia cem anos depois com sostém científico”. Isso diz Xabier Cordal que, sem aderir a umha ou a outra tese, confessa estar sempre aberto “às revelaçons mais inesperadas”. E é que com efeito, a tese forte do celtismo nom abandonou o cenário, nem perdeu a sua legitimidade académica e popular. Os estudos de autores como André Pena Granha falam da Galiza como umha civilizaçom atlántica, no ronsel da Geraçom Nós, e afirmam paralelismos inequívocos entre crenças e formas de organizaçom político-territorial da cultura galaica e gaélica.
Xoán Paredes, da Irmandade Druídica Galaica, reconhece que é precisamente a achega do Paradigma da Continuidade Paleolítica a que assenta as teses e práticas do seu colectivo. “Com evidência científica, podemos dizer que a Galiza e o norte de Portugal som o berço do celtismo, e portanto chaves para o entendimento dessa cultura, que parte do megalitismo”. Os estudos de genética das populaçons de cientistas como o galego Anxo Carracedo, com paralelismos na Irlanda e na Grande Bretanha, apontoariam, diz Paredes, a aposta da sua associaçom por fomentar um celtismo sem dobrezes nem ambiguidades. Ante as acusaçons de mitificaçom histórica, ou de se valerem do celtismo para difundirem umha espécie de neopaganismo folclórico, Paredes é claro: “cumpriria que a gente abandonasse os prejuízos, a poder ser a coberta cultural cristá que nos rodeia (mesmo aos ateus) e que perguntara directamente e decidira quem é um alucinado e quem nom”.
Cultura popular: pervivências ou construtos?
Entramos num terreno ainda mais esvaradio: o das formas de cultura, festejo e relaçom que, até nom há muitas décadas, sobreviviam na Galiza baixo um verniz ténue de cristianismo popular. Xabier Cordal continua na cautela: “Heranças culturais celtas? Celta ou nom celta, o que conservou o nosso país até há bem pouco, com vitalidade surprendente, foi um grande tesouro em forma de tradiçom oral. A qualquer visitante foráneo lhe custava acreditar que em tempos tam recentes, em plena Europa occidental, se manifestassem concepçons do mundo tam arcaicas”.
Manuel Gago diz-nos que pode existir um sedimento milenário, que com efeito quiçá se relacione remotamente com um velho panteom. Ele mesmo recriou-no literariamente -e com pretensons de rigor- na sua obra Vento e chuvia. Mitoloxía da antiga Gallaecia, mas sem por isso tirar conclusons fechadas: “penso que aqui se adorava um grupo de deuses bastante antigo e singular, alicerçado genealogicamente no território que seria Gallaecia e Lusitánia; ora, topamos teónimos perfeitamente comparáveis, em termos linguísticos e funcionais, com divinidades do Atlántico europeu”.
Mas associarmos religiosidades pre-históricas com o folclore contemporáneo galego há um grande salto que Gago nom se atreve a dar: “gosto da ideia do paralelismo: o celta tem a ver com determinadas sociedades atlánticas que viram periféria cultural a partir do início da Idade Média e numerosos traços comuns, como poderes fragmentados ou formas de relaçom meio ambientais; e estas sociedades vam evolucionando e relacionando-se, por vezes com similaridades abraiantes”.
Muito mais talhante se mostra Xoán Paredes: “nom podemos saber quem somos se nom imos às origens dessa matriz comum. E som os restos dessa matriz, que pervive ainda, os que nos fam compreender paralelismos evidentes. Os exemplos som incontáveis: a peculiar relaçom com o Além e a morte, os ciclos do ano, e até exemplos concretíssimos: a solta do Rei Charlo de Lourençá (um carriço) que também existe na Irlanda”.
Claro que nom todo é apreixável pola ciência nem susceptível de ser quantificado no registo arqueológico. “A risco de cair no menos rigoroso do mundo, eu o que sulinho umha e outra vez som as semelhanças no carácter entre várias fisterras atlánticas. É algo que dá nas vistas ao conhecer gentes desses países, ou mesmo ao ver as suas produçons culturais. Ainda que o galeguismo historicamente salientou a saudade, para mim é o humor, essa retranca que linda no sarcasmo, a que irmanda países como a Galiza e a Irlanda”. Há ainda outras concomitáncias, estas plenamente contemporáneas, que ponhem em comum várias naçons sem estado atlánticas na forma em que a gente do comum se relaciona com as elites culturais.
“A veneraçom do escritor polo povo, a sua identificaçom emocional com ele, esse é um fenómeno que vim por exemplo no País de Gales, que deu umha dimensom actual à velha figura do bardo, com os numerosos festivais de poesia que celebram”. Algo que nos resulta mais que familiar as galegas e galegos, que tratamos como autênticos líderes nacionais Rosalia de Castro, Curros Henriques ou Otero Pedraio: “bem é certo que aqui entre nós, para celebrar o poeta, temos que esperar a que esteja morto, entom é que nos damos conta da sua valia”, diz Cordal.
“Ainda que o galeguismo historicamente salientou a saudade, para mim é o humor, essa retranca que linda no sarcasmo, a que irmanda países como a Galiza e a Irlanda” (Xabier Cordal)
Celtismo cultural, celtismo literário
Da Torre de Breogám ao Celta de Vigo, passando polos inúmeros festivais de música celta que povoam o país, ou pola iconografia de triskeles que decoram as lojas para turistas em todas as nossas vilas e cidades. É a pegada -mais ou menos banal ou deturpada- que deixou a construçom da identidade celta por parte do galeguismo nos últimos dous séculos. Se medirmos a sua aceitaçom popular, concluiremos que o êxito foi incontestável; se levarmos em conta a sua profundidade, ou a sua potência para combater a desconsideraçom dos galegos por todo o próprio, os resultados dariam para umha discussom inacabável.
Dum modo ou outro, o labor mancomunado da literatura, a arqueologia, a historiografia e o voluntariado cultural pugérom de novo a Galiza na rota das relaçons nortenhas, um velho sonho que grandes galeguistas e celtistas como Plácido Castro nom vírom consumado. “Entre as muitas cousas interessantes que me forneceu o celtismo -afirma Xabier Cordal-, umha das principais foi a possibilidade de conhecer gente interesantíssima que partilhava as nossas inquedanças, for na literatura ou na música. Esse internacionalismo que se teceu a partir dos festivais musicais da década de 80 parece-me das cousas bonitas que trouxo o celtismo”.
Outro tipo de internacionalismos étnicos, nomeadamente o germanismo, trouxérom no seu dia realidades mais bem arrepiantes, mas o diálogo entre as fisterras atlánticas deu um fruto distinto: “o celtismo construía umha identidade transnacional a partir da resistência, que nom da expansom”, afirma Gago, “e isso permitiu sobreviver aos excessos e barbaridades do nacionalismo imperialista e chegar até hoje”.
A ideia do diálogo cultural devém por vezes em relaçons estreitas, como a que protagoniza a volta do druidismo, um fenómeno de raiz romántica forjado em Gales que, paradoxalmente, reaparece nos tempos da revoluçom tecnológica, o ateísmo de massas e o niilismo. Paredes afirma que a sua entidade nasce em 2011 “livrada já das brétemas románticas, e procurando umha rede de investigaçom, partilha e amizade” que ressitue o nosso país como “peça fundamental na tradiçom druídica”.
Cordal, porém, matiza a adesom céltica inequívoca, tal como fora formulada por movimentos culturais e sociais no último quartel do século passado: “se se trata de participarmos dum espaço internacional amplo, de perfis difusos, que nom exclui ninguém, perfeito; mas eu receio de quem fabrique umha identidade excluente que negue um outro. Ainda mais: desconfio que a nossa afirmaçom nacional se poida fazer exclusivamente com o centro de gravidade fora, como quando se pretendeu estabelecer um modelo de música ‘celta’ galega que versionava ritmos irlandeses”.
Na realidade, a controvérsia sobre que celtismo cumpre promover nom é de hoje: Álvaro Cunqueiro manifestara numha entrevista que na Galiza nom houvera “muitos mais celtas dos sócios que tinha o clube Celta de Vigo”. Mas ao mesmo tempo, criara um universo literário de extraordinária ressonáncia plenamente imbricado no ciclo artúrico, no que Merlim figura como mais um vizinho das terras mindonienses, as que noutrora acolheram as migraçons de Maeloc. Da mesma maneira, Méndez Ferrín, negador confesso dum celtismo étnico, revisita em romances e relatos o rei Artur e as conexons galegas com a Bretanha.
“Claro, nom pode ser de outro jeito -continua Cordal-; há umha tradiçom celtista do galeguismo, plenamente moderna, que nom tem que apoiar-se na realidade de nenhum passado remoto. E logo temos que ser conscientes que a potência do Ciclo Artúrico é tal que explica os arquetipos e os modelos centrais de grande parte da alta cultura europeia desde o medievo, da literatura ao cinema. Há nela como umha espécie de força pagá que impregna os relatos de heroísmo, imaginaçom, natureza e fantasia. Era essa força pagá imparável a que preocupava católicos integristas como Risco, que ansiárom sempre cristianizá-lo através da lenda do Santo Graal e da figura de Galaaz”.
“Quando me perguntam se somos celtas, nom me estám a perguntar se estas som culturas que procedem de Hallstat ou La Tène: estám-me a perguntar se, dalgum jeito, éramos importantes, se pintávamos algo no mundo” (Manuel Gago)
Dum prisma ou outro, a ninguém escapa que a pescuda e a vindicaçom céltica som, no fundo, mais um capítulo da pesquisa e a vindicaçom da nossa identidade. E poucas vezes se repara que a vindicaçom identitária galega nom é primeiramente idiomática, nem territorial, nem económica. É antes do mais a vindicaçom da própria dignidade, historicamente espezinhada polos tópicos da inferioridade fabricados em Espanha e hoje recriados pola mídia.
Com agudeza capta esta dimensom Manuel Gago na sua procura arqueológica: “quando alguém, na visita a um castro, fai a repetida (e também mítica) pergunta: ‘mas eram celtas?’, a questom é saber que está essa pessoa a perguntar na realidade. Há que ter em conta que muito do contexto cultural de auto-ódio da época de Murguia segue a existir, muito do retrato que se nos fazia do exterior no século XIX segue a ser construído com esquemas similares e, como dquela, com a nossa entusiasta participaçom na paródia. Antes, os galegos éramos os criados, os serventes, um tanto cetrinos e trampulheiros, e hoje somos os narcotraficantes. Quando me perguntam se somos celtas, nom me estám a perguntar se estas som culturas que procedem de Hallstat ou La Tène: estám-me a perguntar se, dalgum jeito, éramos importantes, se pintávamos algo no mundo”.
Nom é por isso azaroso o eco que ganhou a poesia de Pondal que, num mundo arredado por séculos e chaves culturais da tradiçom gaélica do fili ou poeta visionário, elaborou para o povo galego imagens de tal potência que pareciam esfarelar séculos de inibiçom e complexos autóctones. “Esses versos singelos que enumeram os topónimos de Bergantinhos, com um efeito tam tremendo, recriados num passado mítico e imbuído de valores espartanos, só os puido escrever um génio”, diz Xabier Cordal. Tampouco é casual que os primeiros arredistas se organizassem em Bos Aires baixo o nome de Sociedade Nazonalista Pondal. Os seus membros nom eram intelectuais, mas trabalhadores, sapateiros, pintores, ou dependentes de comércio da década de 20, atrazidos pola alta voltagem daquele celtismo épico que rebatia os tópicos paralisantes da saudade e a incapacidade galegas, dominantes na comunidade de ananos da emigraçom.
Em tal celtismo havia política, si, mas também um certo programa de vigor e regeneraçom moral, de afouteza ante as dificuldades através da luita e duro ferro que versificara o autor de Pontecesso. Umha proposta tam vigente demonstra que, séculos depois, o celtismo dos clássicos soubo enunciar questons de longo alcanço.
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2 comentários em “De novo o celtismo: enxergar Galiza como centro”
Artigo perfectamente prescindible escrito ó xeito tópico do galego que non se molla. Algún día o nacionalismo galego abrirá os ollos e verá a realidade do pasado e presente celta de Galiza. Calquer outra cousa é un suicidio máis deste pobo sen memoria e, pronto, sen patrimonio de nengún tipo.
Figuras. QVFPC id est “Senatus Populusque Romanus”